Quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) publicou a Resolução Normativa nº 482 em abril de 2012 (REN 482/2012), qualquer consumidor de energia elétrica ganhou a possibilidade de gerar a sua própria eletricidade através de diversas fontes de energia. A fonte solar, contudo, responde por mais de 80% da capacidade instalada de geração distribuída, desenvolvendo o mercado de energia solar no Brasil e alavancando a micro e minigeração distribuída.
A partir de 2012 consumidores residenciais, comerciais, industriais e rurais começaram a instalar geradores fotovoltaicos e, hoje, há quase 49 mil sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil que somam 500 MW de capacidade.
Com o rápido declínio dos preços e aumento da competição o ano de 2018 foi marcado pela maior expansão da energia solar desde a regulamentação da geração distribuída em 2012. No ano, foram instalados mais de 26 mil novos sistemas fotovoltaicos acrescentando mais de 300 MW de potência solar. Os sistemas fotovoltaicos residenciais correspondem a ¾ das instalações, mas 45% de toda a capacidade instalada está em comércios pelo País.
Embora a REN 482/2012 regulamente a geração distribuída igualmente para todo o Brasil, apenas três estados concentram metade de toda a capacidade instalada de geração distribuída. Há fatores que incentivam a geração distribuída como os bons índices de radiação solar e as tarifas de energia elétrica mais caras. E outros motivos que são obstáculos no desenvolvimento da geração distribuída como, por exemplo, dificuldade de acesso a linhas de financiamento e empréstimos financeiros.
UF | % Capacidade | UF | % Capacidade | UF | % Capacidade |
MG | 25,28% | PE | 2,79% | RO | 0,88% |
RS | 13,85% | BA | 2,39% | PA | 0,73% |
SP | 10,67% | MS | 2,17% | SE | 0,59% |
PR | 6,28% | RN | 2,07% | AL | 0,53% |
SC | 6,22% | PB | 1,68% | TO | 0,48% |
CE | 5,16% | DF | 1,66% | AM | 0,12% |
RJ | 4,94% | ES | 1,60% | AP | 0,12% |
MT | 4,03% | PI | 1,37% | AC | 0,11% |
GO | 3,21% | MA | 1,03% | RR | 0,04% |
Para 2019 a expectativa de crescimento da geração distribuída é ainda maior do observado em 2018 porque os preços tenderão a se acomodar e a disseminação dos benefícios da energia solar contribuirá para que cada vez mais pessoas e empresas se interessem pela geração própria de energia com vantagens imediatas, como a drástica redução da fatura de energia elétrica.
Além disso, a chegada de carros elétricos e a mobilidade elétrica em geral (e-bikes, e-scooters e e-patinetes) ajudarão a impulsionar a geração local da eletricidade, sem os altos custos de transmissão e distribuição.
Espera-se, então, uma rápida mudança de paradigma e modelo de geração e consumo de eletricidade. O modelo atual, totalmente centralizado em grandes empreendimentos de geração com agentes de transmissão e distribuição espalhados pelo País dividirão o mercado com a concorrência dos seus clientes (cativos). Assim, a geração distribuída ajudará a descentralizar a geração e o consumo de energia e também balanceará economicamente e politicamente o setor elétrico nacional.
Fontes:
[1] ANELL. Geração Distribuída. Acesso em 28 de dezembro de 2018. Disponível em http://www2.aneel.gov.br/scg/gd/GD_Fonte.asp
[2] ANEEL. BIG – Banco de Informações de Geração: Capacidade de Geração do Brasil. Acesso em 28 de dezembro de 2018. Disponível em http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm
[3] ANEEL. Resolução Normativa Nº 482/2012. Disponível em http://www2.aneel.gov.br/cedoc/bren2012482.pdf
Para ler outros artigos e publicações acesse o nosso Blog.
Para saber mais sobre este interessante assunto inscreva-se em um dos nossos cursos. Acesse a nossa programação de cursos aqui.
A Inergial também está presente nas redes sociais: LinkedIn e Facebook.
Sobre o autor | Igor Cordeiro é instrutor de energias renováveis na Inergial Energia Ltda.