A energia solar fotovoltaica desperta cada vez mais interesse das pessoas e das empresas com o seu rápido crescimento no mundo.

A possibilidade de consumir eletricidade gerada a partir do Sol surpreende a todos quando se observa que o custo de geração é cada vez menor e competitivo em comparação com outras fontes renováveis e combustíveis fósseis. Como fonte renovável, limpa e sustentável, a energia solar contribui para a redução da emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) e o desenvolvimento sustentável em baixo carbono.

Embora a fonte solar tenha contribuído com apenas 1,9% da geração de energia no mundo em 2017 – segundo o relatório Renewables 2018 Global Status Report da REN21 (Renewable Energy Policy Network for the 21st Century) – é inegável o seu crescimento exponencial nos últimos 10 anos.

[Clique na figura para ampliar] O mundo atingiu a capacidade instalada de 385 GW (gigawatts) de energia solar fotovoltaica de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA, na sigla em inglês) com domínio chinês, seguido mais de longe por Alemanha, Japão e Estados Unidos. Os quatro países juntos têm dois terços do total (em capacidade), mesmo com outros países acelerando a implantação da solar.

Neste montante o Brasil contribuiu com apenas 1 GW, ocupando a 26ª posição em um ranking de países que já empregam a fonte solar, e segue forte na expansão através da Geração Centralizada (GC) e da Geração Distribuída (GD).

Na GC diversas usinas solares geram eletricidade para comercialização e na GD pessoas e empresas podem instalar microgeradores fotovoltaicos próprios para autoconsumo da eletricidade gerada.

Mas, aonde que a energia solar pode chegar no Brasil? E como?

Estimar e fazer projeções sobre demanda e oferta de energia é fundamental para o planejamento do setor energético. Em 2016 a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) disponibilizou ao mercado e à sociedade uma ferramenta para calcular o impacto das emissões de GEE em função de cenários de oferta e demanda de energia.

A ferramenta foi desenvolvida inicialmente pelo governo do Reino Unido e a versão brasileira desenvolvida pela EPE foi nomeada “Calculadora 2050”.

A Calculadora 2050 não gera previsões ou faz projeções. Ela permite a construção de cenários energéticos pelos usuários sem indicar suas probabilidades de ocorrência. A calculadora, como ferramenta, leva em consideração a disponibilidade potencial dos recursos naturais do Brasil e fatores em contextos pessimistas e otimistas em termos de políticas públicas e outras premissas. A Calculadora 2050 tem, então, o objetivo de oferecer uma visão geral do sistema energético e abrir debate sobre a matriz energética brasileira e seu planejamento.

Mesmo assim, é possível observar dois cenários interessantes para a energia solar fotovoltaica em 2050 que, mesmo não sendo estimativas robustas, podem ser indicativos importantes para o futuro da fonte solar no País.

O primeiro cenário leva em consideração o crescimento da capacidade com pouco esforço ou incentivos. A potência total atingiria 44 GWp, sendo quase 7 GWp em GC e 37 GWp em GD.

O segundo cenário leva em consideração o crescimento da capacidade com significativo esforço e grandes incentivos para GD. A potência total atingiria 124 GWp, sendo 51 GWp em GC e 73 GWp em GD, divididos em 55 GWp em residências e 18 GWp em empresas comerciais e industriais.

Caso o primeiro cenário se confirme, chegaremos em 2050 com 44 GW e com um atraso de 30 anos. Essa potência é aproximadamente o que Alemanha, Japão e Estados Unidos já têm hoje, cada um!

O segundo cenário é otimista e exige grande esforço e, se ocorrer, terá os microgeradores residenciais como protagonistas deste desenvolvimento, indicando, sobretudo, que a energia solar é versátil tanto em GC quanto em GD.

Qualquer que seja o cenário, ou ainda outro entre os dois apresentados, que se torne realidade, a energia solar parece se inclinar mais sobre a GD, consideravelmente com mais potência instalada comparada à GC. Mesmo sendo impossível prever o futuro, já podemos ter certeza que a energia solar mudará definitivamente como o setor elétrico nacional gera e consome energia.

Para conhecer e usar a Calculadora 2050 acesse http://calculadora2050brasil.epe.gov.br/calculadora.html

Para saber mais sobre os detalhes da energia solar na Calculadora 2050 acesse http://calculadora2050.epe.gov.br/assets/onepage/14.pdf

Gostou do artigo ou quer nos dar uma sugestão de melhoria? Escreva para info@inergial.com.br

Para ler outros artigos e publicações acesse o nosso Blog.

Para saber mais sobre este interessante assunto inscreva-se em um dos nossos cursos. A programação dos cursos está disponível aqui.

A Inergial também está presente nas redes sociais: LinkedIn e Facebook.

Sobre o autor | Igor Cordeiro é consultor e instrutor de energias renováveis na Inergial Energia Ltda.