Tudo o que produzimos ou consumimos deixa uma impressão, uma marca ambiental – É como caminhar sobre areia; olhamos para trás e vemos nossas pegadas por onde passamos.

De acordo com as Nações Unidas, a sustentabilidade ambiental é uma combinação de indicadores mensuráveis – as pegadas – e são três:

  • a pegada de Carbono quantifica a emissão de Dióxido de Carbono (CO2) e outros gases do efeito estufa;
  • a pegada hídrica mede o quanto as nossas atividades consumem água doce da natureza e,
  • a pegada ecológica quantifica o uso da terra, ou seja, a demanda pela biocapacidade do planeta para prover recursos naturais à vida e absorver os resíduos gerados pelas atividades humanas.

A sustentabilidade ambiental também relaciona o consumo de energias renováveis (comparada ao total de energia consumida) e sua benesse para reduzir as pegadas.

Um exemplo prático sobre as pegadas.

Um veículo que queima combustível fóssil deixa uma pegada de Carbono ao emitir CO2. Esta pegada pode ser quantificada em gramas de CO2 por distância percorrida, por exemplo. Mas a pegada deste veículo não começou com o seu uso, ela surgiu bem antes. A montagem do veículo, a fabricação das peças e a energia consumida nestas e em outras atividades anteriores ao uso do veículo contribuíram com a pegada de Carbono, com a pegada hídrica e a ecológica, em maior ou menor intensidade, e em diferentes momentos.

Se o mesmo veículo queimar um biocombustível – etanol, por exemplo – a pegada de Carbono por distância percorrida será menor comparativamente ao exemplo anterior, mas por outro lado, a pegada ecológica e hídrica serão maiores devido ao cultivo e irrigação da área de terra para produção do biocombustível.

As pegadas se encontram em alguma atividade.

A geração de eletricidade em hidrelétricas deixa uma pegada ecológica, já que uma área considerável de terra é alagada pelo reservatório da usina, alterando a biocapacidade local. Em termoelétricas, o gás natural queimado contribui com a pegada de Carbono, exigindo maior capacidade regenerativa da biocapacidade para absorção do CO2. Qualquer outra atividade que consuma energia elétrica ajudará a propagar estas pegadas, adicionando as suas. Lembre-se dos veículos citados.

Tudo o que produzimos ou consumimos – na realidade – (quase) tudo o que fazemos aumenta e/ou agrega as pegadas dos insumos materiais e energéticos empregados. A pegada ambiental passa a ser uma mistura das três pegadas que vão se agregando pela cadeia de atividades.

O ideal é caminhar sem deixar nenhuma pegada, mas deixá-las menores já é um começo.

Certamente o consumo de energias renováveis assegura a redução da pegada ambiental e pouco a pouco deixa a cadeia de atividades mais sustentável. Contudo, ser renovável não implica em sustentabilidade.

Para ser ambientalmente sustentável, os insumos materiais devem ser reusados e reciclados para que a pegada ecológica seja reduzida. Os insumos energéticos devem ser gerados de fontes renováveis, preservando o ar, a água e a terra. E as atividades, principalmente, devem consumir tais insumos eficientemente.

É fato que a consciência ambiental cresceu e nos permitiu olhar para trás e ver as pegadas que estão mais longe de onde estamos agora, porém a sustentabilidade é uma habilidade e como tal pode ser desenvolvida. O ideal é caminhar sem deixar pegadas, mas deixá-las menores já é um começo para o desenvolvimento mais sustentável.